O que é odontogeriatria?
Odontogeriatria é o ramo da odontologia que enfatiza o cuidado bucal da população idosa, especificamente participando da promoção do envelhecimento saudável, através de procedimentos preventivos, curativos e paliativos. A Odontogeriatria é uma nova área para a Odontologia no Brasil, mas no mundo já é comentada desde meados do século passado.
A sua existência atual se deve principalmente a dois fatos: primeiro o número de idosos aumentou muito (diversos fatores tais como a medicina moderna e a prevenção aumentaram muito a sobrevida da população) e, em segundo lugar, os idosos hoje têm mais dentes.
Porque a necessidade da Odontogeriatria e não o clínico geral tratar os idosos?
Eis aqui algumas justificativas:
- Problemas bucais comprometem sistema digestivo do idoso e saúde sistêmica;
- Falta de dentes aumenta chances de morte por câncer, infarto e derrames cerebrais;
- Doenças sistêmicas prevalentes no idoso que deveriam ser de conhecimento dos dentistas;
- Condições de saúde bucal na população de idosos;
- O conhecimento da necessidade de proceder a profilaxia antibiótica em casos específicos justifica um conhecimento maior do CD que cuida de idosos. Ou seja, um dentista desavidado pode levar a bacteremias com consequencias importantes ao idoso.
O que muda com o envelhecimento na boca?
- As mucosas ficam mais sensíveis e finas;
- As colorações dos dentes podem mudar;
- Pode ocorrer a diminuição da quantidade de saliva, geralmente devido à efeitos colaterais de medicamentos causando a secura na boca, conhecida como Xerostomia;
- Diminuição na percepção dos sabores o que pode levar ao alto consumo de temperos na alimentação e agravar problemas como diabetes e pressão alta;
- Muitos dentes são perdidos principalmente devido à cárie e a doença periodontal (inflamação do tecido ao redor do dente).
Por que é tão importante manter a saúde bucal na terceira idade?
Ter dentes e estes estarem em boa condição de função é um requisito básico para o bem viver na terceira idade. Ter uma saúde bucal adequada colabora com todo o organismo, pois tudo está interligado. A boca não anda sozinha, assim algo que acontece na boca pode ser um sinal de doenças em outra parte do corpo. Além disso, estudos recentes tem mostrado que alguns problemas em nossa boca podem ter relação com outros acontecimentos como por exemplo: problemas cardíacos e pneumonias aspirativas. Por isso uma manutenção constante é tão necessária.
A pesquisa de SHIMAZAKI e COLAB (2001) no Japão, com 1.929 idosos por 6 anos, mostrou claramente que os pacientes dentados (mesmo com próteses de diversos tipos) vivem por mais anos, especialmente porque podem ter uma dieta mais rica em bons nutrientes, quando comparados àqueles com menos de 20 dentes ou sem usar próteses.
Por fim, devemos destacar a importância primordial de motivarmos o paciente idoso: a maioria deles jamais recebeu informações preventivas e gostará de ter este conhecimento, desde que transmitido em linguagem acessível ou nem poderá praticá-las, por impedimentos físicos, por isto é imperioso que os familiares e enfermeiros que dele cuidem estejam conscientes de seu papel na prevenção odontológica. Muitos impedimentos durarão até sua morte e/ou por muitos anos, por isto é preciso esta integração entre os diversos profissionais envolvidos no seu tratamento: comunicação eficiente e dirigida é o único meio de sucesso na terapia com pacientes idosos.
Como posso ajudar o meu dentista?
Primeiro, responder sempre com sinceridade as perguntas que o dentista lhe fizer. Não se esqueça de relatar à ele quais os medicamentos que você usa, mesmo que seja só um chá indicado por um amigo. Informe a ele se existe alguma dificuldade de visão ou motora, o que pode influenciar na escovação, e, se possível, o visite para uma consulta à cada 6 meses. Prevenir é sempre mais fácil!
Quais os problemas mais comuns?
Os dentes são perdidos principalmente devido à cárie e a doença periodontal (inflamação do tecido ao redor do dente). Essas doenças ocorrem quando existe a união de alguns fatores como: má higiene oral, restos alimentares, bactérias, etc. Essa união gera substâncias que atacam os dentes e a gengiva provocando as doenças.